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terça-feira, 30 de dezembro de 2014

Fim de ano

Existem palavras nunca antes ditas,
São nomes de cores... Jamais foram vistas
O tempo passou e nós repetimos,
O tempo calou e nos reprimimos

Não sobrou nada... Nem inimigos...
Não há enfermeira para os ferimentos,
E quando explodirem fogos de artifício
Irá o telefone explodir em silêncio?

Nossas malas deixo no caminho,
O silêncio fica pra você ,
Essa é a ultima dessas canções
Que trará suas contradições

Jogo ao mar também os amigos,
Que largaram o barco e o berço
Proclamaram a festa das farsas
E o refém sempre pagava o preço

Há um Deus para alguns dos que vivem
Há adeus para aqueles que morrem,
Há ateus que têm paz de espírito
Há respeito pr'aquele que escolhe

Não viver de apenas frases feitas
Nem andar sempre as mesmas esquinas,
Que escolhe o amor e a coragem
Mesmo nas vias mais clandestinas

Há quem volte pra casa no fim ,
Há quem deixe o fim pra partir ,
Há quem nunca vê o fim de nada,
São aqueles que não viram casa

Há um tempo pra tudo e pra todos,
Há miragem no vento soprando,
Há um fim em todo recomeço ,
Há começo em todo fim de ano...



                                                        - Jordy Átila

domingo, 3 de agosto de 2014

Foda-se

     Esse é para quem desistiu por ver desistirem de você, para quem não acaba o que começa, para quem foge antes do segundo tempo. Esse é para quem se decepcionou pelo "indecepcionável" e procura sentido em palavras inexistentes. Esse vem de quem é um pouco de tudo isso e ainda mais, de que tem a obrigação de carregar o peso dos outros, mas não tem o direito de ter ajuda, esse vem de quem é alvo dos snipers do egoísmo e da inadimplência emocional. Esse vem de quem conquistou e vinha perdendo a terra prometida. Esse vem de quem tem preenchido a vida com agentes superficiais da fantasia e do acaso. Esse não vem do ódio, mas vem do alívio. Esse vem do recomeço, não do dilúvio. Esse vem de um vencedor, não do rancoroso. Vem, vem e continua vindo... É preciso, é necessário olhar pro mundo e gritar bem alto: FODA-SE!
      
- Jordy Átila

quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

No meio de tudo, você...

"...me salva da selva, me salva da selva!". Madrugada, Humberto Gessinger continua suplicando através das caixas de som, num volume estratégico enquanto a selva dorme. E eu faço meu papel, pego meu papel e continuo escrevendo algo que, na hipótese mais positiva, passará por dois ou três pares de olhos, mas é inevitável não continuar, vem como a sensação de ser jogado de cima de um avião, só posso parar quando alcançar o solo, independente de qual solo seja. Os momentos são de serenidade, mas a indecisão provoca a selva, atiça os bichos e cerca a pretensão. Guardo meu baú de nostalgias, de rebeliões e ironias, não sei se é bom ou ruim, ou se é apenas natural como a morte, que independente da existência, ou não, da vida, sempre prevalecerá. O horizonte é sempre o mesmo, na vertical o poço não tem fim ou será esse o fundo do poço? De corpo e alma, mas onde acaba o corpo e começa a alma? Ir ou ficar, subir ou descer? No meio de tudo, você...